segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pensamento da semana 2507

Chamo de sonhos, as minhas esperanças enquanto durmo; e chamo de esperanças os meus sonhos enquanto acordado

sábado, 23 de julho de 2011

Apoio Cultural:

ZÉ DO BALAIO

Diário do Jequi Foto Mixalmenara
A ARTE FEITA DOS CIPÓS
José Maria Lima Matias, filho de Ademar Alves Matias e Lívia Lima Matias, nasceu em Almenara no ano de 1960. Aos 33 anos começou a praticar a arte com cipós e hoje é considerado um dos mais talentosos artistas do vale.
Zé do Balaio como é mais conhecido tem seus trabalhos reconhecidos nacionalmente. Tendo inclusive participado do programa TERRA DE MINAS da Rede Globo, onde foi mostrada sua história e sua arte. Participou também do programa VIA BRASIL e acabou fazendo uma parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Diz que as influências no seu trabalho vieram de artistas populares e de pessoas envolvidas com qualquer tipo de arte. Apreciava as obras e se inspirava nelas para criar suas peças.
Participou de muitos eventos culturais como a FICAR (Almenara), no FESTIVALE de Joaíma em 2008, na feira da UFMG em Belo Horizonte. Esse ano participou do FESTIVALE em Grão Mongol.
Hoje ele tem uma barraca no Mercado Municipal de Almenara onde expõe e vende seus trabalhos.
Sente que agora vive um bom momento com sua arte já mais consolidada, mas acha que falta mais vontade e apoio político para com os artistas do interior. Gostaria que as pessoas se interessassem mais por arte.
  • "Não é possível estar dentro da civilização e fora da arte".  (Rui Barbosa)
Telefones para contato:
(33)3721-2568 e (33)99515251
Endereço: Barraca no Mercado Municipal de Almenara

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Lembrete para os Amigos não esquecerem de lembrar à outros Amigos

                                Caros Amigos, recebi  a comunicação da Câmara Municipal de Almenara, solicitando à  confirmação de minha presença na sessão solene a realizar-se no dia 12 de agosto de 2011, ás 20 horas, no auditório Ernani Torre Cordeiro para a entrega da honraria a mim concedida do Título de Cidadão Honorário.   
                              É de meu desejo e vontade que todos aqueles que se considerem meus amigos, estejam presentes, naquele momento partilhando da minha alegria e orgulho de ser um cidadão almenarense , que fui de fato e agora serei de direito.E que Deus permita continuarmos defendendo e elevando sempre o nome de nossa cidade. Saudações democrata-social- cristãs, do almenarense Dr. Marco Antônio

domingo, 17 de julho de 2011

Cantinho da Medicina Tropical: Sabendo mais sobre Aids e HIV

 
A sigla Aids significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. O vírus  da Aids é conhecido como HIV e encontra-se no sangue, no esperma, na secreção vaginal e no leite materno das pessoas infectadas pelo vírus. Objetos contaminados pelas substâncias citadas, também podem transmitir o HIV, caso haja contato direto com o sangue de uma pessoa.
Após o contágio, a doença pode demorar até 10 anos para se manifestar. Por isso, a pessoa pode ter o vírus HIV em seu corpo, mas ainda não ter Aids. Ao desenvolver a Aids, o HIV começa um processo de destruição dos glóbulos brancos do organismo da pessoa doente. Como esses glóbulos brancos fazem parte do sistema imunológico ( de defesa ) dos seres humanos, sem eles, o doente fica desprotegido e várias doenças oportunistas podem aparecer e complicar a saúde da pessoa. A pessoa portadora do vírus HIV, mesmo não tendo desenvolvido a doença, pode transmiti-la. 
Formas de Contágio
A Aids é transmitida de diversas formas. Como o vírus está presente no esperma, secreções vaginais, leite materno e no sangue, todas as formas de contato com estas substâncias podem gerar um contágio. As principais formas detectadas até hoje são : transfusão de sangue, relações sexuais sem preservativo, compartilhamento de seringas ou objetos cortantes que possuam resíduos de sangue. A Aids também pode ser transmitida da mão para o filho durante a gestação ou amamentação.
Principais Sintomas da Aids
Como já dissemos, um portador do vírus da Aids pode ficar até 10 anos sem desenvolver a doença e apresentar seus principais sintomas. Isso acontece, pois o HIV fica "adormecido" e controlado pelo sistema imunológico do indivíduo. Quando o sistema imunológico começa ser atacado pelo vírus de forma mais intensa, começam a surgir os primeiros sintomas. Os principais são: febre alta, diarréia constante, crescimento dos gânglios linfáticos, perda de peso e erupções na pele. Quando a resistência começa a cair ainda mais, várias doenças oportunistas começam a aparecer: pneumonia, alguns tipos de câncer, problemas neurológicos, perda de memória, dificuldades de coordenação motora, sarcoma de Kaposi (tipo de câncer que causa lesões na pele, intestino e estômago). Caso não tratadas de forma rápida e correta, estas doenças podem levar o soropositivo a morte rapidamente.
Formas de Prevenção
A prevenção é feita evitando-se todas as formas de contágio citadas acima. Com relação a transmissão via contato sexual, a maneira mais indicada é a utilização correta de preservativos durante as relações sexuais. Atualmente, existem dois tipos de preservativos, também conhecidos como camisinhas : a masculina e a feminina. Outra maneira é a utilização de agulhas e seringas descartáveis em todos os procedimentos médicos. Instrumentos cortantes, que entram em contato com o sangue, devem ser esterilizados de forma correta antes do seu uso. Nas transfusões de sangue, deve haver um rigoroso sistema de testes para detectar a presença do HIV, para que este não passe de uma pessoa contaminada para uma saudável.
Tratamento
Infelizmente a medicina ainda não encontrou a cura para a Aids. O que temos hoje são medicamentos que fazem o controle do vírus na pessoa com a doença. Estes medicamentos melhoram a qualidade de vida do paciente, aumentando a sobrevida. O medicamento mais utilizado atualmente é o AZT ( zidovudina ) que é um bloqueador de transcriptase reversa. A principal função do AZT é impedir a reprodução do vírus da Aids ainda em sua fase inicial. Outros medicamentos usados no tratamento da Aids são : DDI ( didanosina ), DDC ( zalcitabina ), 3TC ( lamividina ) e D4T ( estavudina ). Embora eficientes no controle do vírus, estes medicamentos provocam efeitos colaterais significativos nos rins, fígado e sistema imunológico dos pacientes.
Cientistas do mundo todo estão trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra a Aids. Porém, existe uma grande dificuldade, pois o HIV possui uma capacidade de mutação muito grande, dificultando o trabalho dos cientistas no desenvolvimento de vacinas.
Você sabia?
- Dia 1 de dezembro comemora-se o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

Nunca antes neste País , alguem recorreu tanto a outro quanto........

Lula recorre a FHC para montar memorial

 
Planejado inicialmente para abrigar o acervo dos dois mandatos presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva e contar a história do primeiro governo petista no País, o memorial que o Instituto Cidadania planeja erguer nos próximos anos começa a ganhar contornos mais precisos. Representantes de Lula visitaram recentemente o Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, e conversaram com o ex-presidente tucano. O objetivo foi conhecer a estrutura daquela entidade, tanto do ponto de vista da organização do acervo quanto da estrutura jurídica.
Já está praticamente acertado que o Memorial da Democracia, nome ainda provisório da instituição que abrigará o acervo de Lula, deve abranger a história dos movimentos e das lutas sociais desde a Proclamação da República, com ênfase na resistência à ditadura militar - especialmente o fim dos anos 70, quando Lula aparece na cena política do País como líder sindical dos metalúrgicos do ABC e se aproxima de FHC.
Ao receber os interlocutores de Lula, o ex-presidente tucano falou de maneira entusiasmada do sistema de organização de documentos adotado no instituto e que demorou quase cinco anos para ficar pronto. O que mais chamou a atenção dos aliados do petista foi a capacidade de produção de estudos, seminários e debates do Instituto FHC.
Em outra vertente, já está praticamente acertado que o Memorial da Democracia não será instalado em São Bernardo do Campo, na região metropolitana da capital paulista. Contrariando as expectativas das lideranças sindicais e petistas daquela cidade, o endereço deverá ser algum edifício no centro de São Paulo, na região da Nova Luz. A escolha estaria ligada à vocação da região para se tornar um polo de museus e casas de cultura.
Por ali já funcionam a Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica de São Paulo (cujo conselho de administração é presidido por Fernando Henrique), a Pinacoteca do Estado e o Museu da Língua Portuguesa. Também está sendo erguido na região o futuro Teatro de Dança. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo..

Saiba mais da 3ª idade: Estatuto do Idoso

Direito, não se pede. Se exige.

Após sete anos tramitando no Congresso, o Estatuto do Idoso foi aprovado em setembro de 2003 e sancionado pelo presidente da República no mês seguinte, ampliando os direitos dos cidadãos com idade acima de 60 anos. Mais abrangente que a Política Nacional do Idoso, lei de 1994 que dava garantias à terceira idade, o estatuto institui penas severas para quem desrespeitar ou abandonar cidadãos da terceira idade. Veja os principais pontos do estatuto:
Saúde
Atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS)
A distribuição de remédios aos idosos, principalmente os de uso continuado (hipertensão, diabetes etc.), deve ser gratuita, assim como a de próteses e órteses.
Os planos de saúde não podem reajustar as mensalidades de acordo com o critério da idade. O idoso internado ou em observação em qualquer unidade de saúde tem direito a acompanhante, pelo tempo determinado pelo profissional de saúde que o atende.
Transportes Coletivos
Os maiores de 60 anos têm direito ao transporte coletivo público gratuito. Antes do estatuto, apenas algumas cidades garantiam esse benefício aos idosos. A carteira de identidade é o comprovante exigido. Nos veículos de transporte coletivo é obrigatória a reserva de 10% dos assentos para os idosos, com aviso legível.
Nos transportes coletivos interestaduais, o estatuto garante a reserva de duas vagas gratuitas em cada veículo para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos. Se o número de idosos exceder o previsto, eles devem ter 50% de desconto no valor da passagem, considerando-se sua renda.
Violência e Abandono
Nenhum idoso poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão.
Quem discriminar o idoso, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte ou a qualquer outro meio de exercer sua cidadania pode ser condenado e a pena varia de seis meses a um ano de reclusão, além de multa.
Famílias que abandonem o idoso em hospitais e casas de saúde, sem dar respaldo para suas necessidades básicas, podem ser condenadas a penas de seis meses a três anos de detenção e multa.
Para os casos de idosos submetidos a condições desumanas, privados da alimentação e de cuidados indispensáveis, a pena para os responsáveis é de dois meses a um ano de prisão, além de multa.
Se houver a morte do idoso, a punição será de 4 a 12 anos de reclusão. Qualquer pessoa que se aproprie ou desvie bens, cartão magnético (de conta bancária ou de crédito), pensão ou qualquer rendimento do idoso é passível de condenação, com pena que varia de um a quatro anos de prisão, além de multa.
Entidades de Atendimento ao Idoso
O dirigente de instituição de atendimento ao idoso responde civil e criminalmente pelos atos praticados contra o idoso.
A fiscalização dessas instituições fica a cargo do Conselho Municipal do Idoso de cada cidade, da Vigilância Sanitária e do Ministério Público.
A punição em caso de mau atendimento aos idosos vai de advertência e multa até a interdição da unidade e a proibição do atendimento aos idosos.
Lazer, Cultura e Esporte
Todo idoso tem direito a 50% de desconto em atividades de cultura, esporte e lazer.
Trabalho
É proibida a discriminação por idade e a fixação de limite máximo de idade na contratação de empregados, sendo passível de punição quem o fizer.
O primeiro critério de desempate em concurso público é o da idade, com preferência para os concorrentes com idade mais avançada.
Habitação
É obrigatória a reserva de 3% das unidades residenciais para os idosos nos programas habitacionais públicos ou subsidiados por recursos públicos.

Pensamento da Semana 17/07/2011

Assim como Deus não ama o pecado , mas Deus ama o pecador, DEUS  ama ao pobre , mas Deus não ama a pobreza,  principalmente a de espírito.

Vacinação contra Febere Aftosa em Minas

 

 
Diário do Jequi Encerrada a 1ª Etapa de Vacinação
Vacinação contra aftosa em Minas tem resultado parcial de 97,06%
BELO HORIZONTE (30/06/11) - A primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação Contra Febre Aftosa de 2011, encerrada em 31 de maio, está com um índice parcial de 97,06% de animais vacinados em Minas Gerais. Os produtores rurais tiveram até o dia 10 de junho para comprovar, nas unidades do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) de seus municípios, a imunização dos animais.
No comparativo entre as duas etapas de vacinação - maio de 2010 e maio de 2011 -, o quantitativo geral do rebanho cresceu em 902.379 mil cabeças, ou seja, 4,1%, saltando de 22.442.000 animais vacináveis, para 23.381.000. Até o momento, o número de propriedades com animais vacináveis atingiu 329.696 de um total de 347.586.
O diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, explica que as campanhas de imunização são ferramentas importantes para erradicar e prevenir doenças e os produtores rurais tem papel fundamental nessa luta. “A adesão dos pecuaristas facilita o trabalho do IMA e ajuda a manter Minas Gerais como área livre da febre aftosa com vacinação, o que valoriza e fortalece nossa pecuária”. Porém, ressalta Rodrigues Neto, além de vacinar os animais, outras medidas são necessárias para manter o rebanho mineiro e brasileiro protegido.
Altino Rodrigues acrescenta que o cadastro das propriedades e dos animais e a sorologia periódica também são ações importantes para comprovar que não há atividade viral em território mineiro. “Entretanto isso não é tudo. A presença de barreiras móveis e fixas nas áreas de divisas com outros estados, controlando o trânsito de animais, além da vacinação assistida nas regiões do Estado, são atribuições igualmente fundamentais neste momento”, afirma o diretor-geral. 
Por tudo isto, Altino Rodrigues Neto enfatiza que a erradicação definitiva da aftosa no Brasil é um grande desafio e pode ser vencido em curto período de tempo. Porém, é preciso que todos os envolvidos na cadeia produtiva façam sua parte.
Assessoria de Comunicação do IMA

terça-feira, 12 de julho de 2011

Os Antigos Canoeiros do Rio Jequitinhonha

 

 

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Diário do Jequi Canoeiro do Jequitinhonha Foto: Dilton Mascarenhas
Dilton Macarenhas escreve sobre os Antigos Canoeiros do Jequitinhonha.
Os Antigos Canoeiros do Rio Jequitinhonha
Por * Dilton Mascarenhas
      O histórico e lendário rio Jequitinhonha possui 1.082 km de extensão e aproximadamente 800.000 anos de existência. Percorre 886 km em solo mineiro e 196 km em terras baianas, constituindo-se numa das mais importantes artérias fluviais do Brasil. Inicialmente utilizado pelos canoeiros para acesso ao nordeste de Minas Gerais, este rio perfaz cerca de 450 ininterruptos anos como via fluvial.
      Os antigos canoeiros do rio Jequitinhonha, tornaram-se, na época em que este rio era o único caminho e a canoa praticamente o único transporte, nos principais precursores da região, ao contribuir para a disseminação de povoamentos e por influenciar no econômico e social, em grande parte do vasto território do Vale do Jequitinhonha.
      Em 1850, enquanto a navegação entre as longínquas Araçuaí, em Minas, e Belmonte, na Bahia, grandes pólos comerciais da época, era relativamente intensa, não havia tropeiros que não soubesse dos seus caminhos. Para Araçuaí, convergiam mercadorias procedentes de localidades a 50 léguas de distância. Belmonte recebia produtos manufaturados e industrializados, alguns importados da Europa e Àfrica. Entretanto, entre os fins do séc. XIX, e o início do séc. XX, a navegação desintensificou-se consideravelmente. Porém, em 1920, retornou com grande ímpeto. Mas, as sucessivas abertura de estradas, com o crescente emprego de tropas de animais cargueiros, fadava a navegação ao declínio.
      Todavia, até meados do século XX, inúmeras mercadorias e distintos passageiros, embarcados em grandes canoas, navegaram por longos trechos deste rio. A navegação no Jequitinhonha declinou sofrivelmente, é verdade! Contudo, jamais deixou de existir! Ainda que modesta, a navegação neste rio sempre haverá, porque ser canoeiro é a mais significativa essência da alma do barranqueiro do Jequitinhonha, é da raça, está no próprio sangue... É histórico, cultural!

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      Tempos em que a navegação teve grande importância econômica, a designação canoeiro tinha três básicas. Identificava aqueles que, utilizando-se de imensos toros de madeira de lei, construíam canoas, aos que nelas navegavam, e também quem as possuíam. Entre os canoeiros navegantes havia os proeiros e os pilotos. Os proeiros remavam na proa e no centro da embarcação. Os pilotos, remavam na popa, as direcionavam, respondiam pela embarcação, mercadorias, pousos, destinos, e passageiros.
      As antigas canoas que navegaram no rio Jequitinhonha, eram construídas a partir de centenários caules de vinháticos, putumujús, oiticicas, ipês, e outras árvores que na atualidade estão quase extintas. Na atualidade, a maior canoa do Jequitinhonha, é a canoa Suíça II, com 20 metros de comprimento, 1,2 m de largura e 0,80 m de altura. Construída com o caule de uma monumental árvore, permanece navegando com capacidade para transportar até 120 sacas de 60 quilos cada. Maior que esta, só se tem notícia da canoa Suíça I, que já não existe.

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      Entre os antigos canoeiros do Jequitinhonha, uma sagaz tradição estabelecia que durante a navegação, tudo que estivesse ao alcance da corda da proa da canoa, poderia ser subtraído, furtado ou roubado, sem que isto fosse necessariamente ilegal. Então, preventivamente, ribeirinhos evitavam implantar árvores frutíferas, lavouras e hortas, muito próximas à margem do rio. Uma interessante particularidade dos canoeiros refere-se ao fato de optarem em ficar excessivamente à vontade... Especialmente os proeiros, que prevenindo assadura entre as pernas, decorrentes do ir e vir com a vara para impulsionar a embarcação, davam preferência a vestir apenas um camisão, e nada mais! Este conhecido costume fazia com que as lavadeiras, a ver tais navegantes, se escondessem no mato até que passassem. Por sua vez, os canoeiros evitavam transportar mulheres e crianças. Entretanto, determinados proprietários rurais ribeirinhos, exigiam que ao chegar às proximidades da casa sede, os canoeiros se compusessem. Sem dúvidas, destes fazendeiros, muitos contavam com o infalível apoio da famosa carabina do papo amarelo!
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      Navegando no mesmo sentido do curso do Jequitinhonha, quando o esforço para navegar é menor, os canoeiros, ritmados pelo ranger da volga, costumavam entoar o beira-mar, sua tradicional cantoria. Houve inclusive quem assegurasse, que ao ouvir o canto do beira-mar, algumas mulheres tornavam-se suscetíveis a seguir com eles.
      Remando no sentido contrário ao curso do rio, quando grande esforço era exigido, os proeiros firmavam uma das extremidades de uma grande vara nas pedras ou no leito do rio, e com o auxílio do músculo do peito, a empurravam pela extremidade superior, fazendo com que a canoa se deslocasse, viabilizando a navegação. Porém, muitas vezes, calos e feridas no peito, provocados pela ponta da vara, os afastavam temporariamente da atividade.
      À tardinha, preferencialmente aportados em ilhotas, após o desembarque dos passageiros, os canoeiros desembarcavam os porcos e davam-lhes milho para amadrinharem-se. Em seguida, descarregavam parte das mercadorias, armavam a barraca e a cobriam com o toldo, que servia à embarcação como vela. Acendiam o fogo e punham-se a pescar, até que chegasse a hora do jantar. Sempre muitos gulosos, davam preferência aos marchantes que mais lhes disponibilizassem mantimentos para a viagem. Antes de dormir, os proeiros esquentavam toucinho para usar nas feridas do peito. “Dia seguinte, caso algum porco se desgarrasse, seria caçado, morto, e salgado. Peixe no Jequitinhonha era muito farto, não tinha preço, não valia nada... Salgávamos e trocávamos por cachaça durante os pousos”. Esclareceu um ex-canoeiro.

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      A viola nunca faltava às viagens. À noite, tocavam e cantavam o shottisch, a polka, o baião, e o coco, este último, um ritmo popular do nordeste brasileiro que fez muito sucesso. Os canoeiros também cantavam uma remota cantiga de saudoso refrão, que rememorava a histórica Vila de Cachoeirinha, fundada nos anos 1700, e o extinto Porto do Italiano, donde partiam as canoas mineiras com destino a Bahia, ambos, atualmente submersos nas profundezas do lago artificial criado por uma hidrelétrica instalada no baixo Jequitinhonha baiano, cujo refrão, assim dizia: Adeus, Cachoeirinha; Adeus, Voltinha do Italiano; Não sei quem ficou para trás; Só sei que os meus olhos seguem chorando!
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      A vida de canoeiro era muito difícil, incerta e arriscada. O pagamento pelos seus serviços era insuficiente e as suas mais significativas compensações, acabavam sendo o prazer do convívio com o rio Jequitinhonha, o companheirismo entre os embarcadiços, a amizade firmada com os ribeirinhos, e principalmente, a renovada alegria do retorno, qual, parecia compensar todos os esforços, sacrifícios e sofrimentos das viagens!
      Os antigos canoeiros costumavam expressar sua paixão, amor ou interesse, através de uma pequenina e delicada flor, de suave cor lilás, conhecida como flor de canoeiro. Mas por fatalidade, esta dócil plantinha que só vegetava exclusivamente na área inundada pela hidrelétrica, foi extinta! No entanto, pai algum desejava ver sua filha namorando ou casada com canoeiro, mesmo que canoeiro ele fosse. Daí, quando encontrada a flor de canoeiro em casa, alguém da ala feminina, impreterivelmente, sofreria surra ou castigo.

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      Um ex- canoeiro, piloto, comentou que em março de 1942, durante uma das memoráveis cheias do Jequitinhonha, resolveu, apesar do alto grau do rio, partir com destino a Belmonte. Em companhia de um proeiro, embicou a canoa no sentido do curso do rio, e seguiu com bastante mercadorias, e mais dois passageiros.
      O intenso volume das águas fez com que a sua piroga flutuasse rapidamente pelo rio abaixo. Mas, ao chegar às proximidades do encachoeiramento conhecido como Prisinganga, a intensa turbulência do rebojo provocado pelas águas deste temido encachoeirado, somado à sobrecarga da embarcação, fizeram com que o piloto perdesse o controle da canoa. Ã deriva, a embarcação rapidamente chocou-se a duas grandes pedras do leito do rio, lascando-se. As mercadorias afundaram. O piloto e o proeiro pularam rapidamente para uma destas pedras. Um dos passageiros agarrou-se a um grande fardo de alho, e boiando foi-se, até que por sorte, adiante esbarrou nos galhos de uma árvore que tombou para o rio. Mas o outro passageiro, lamentavelmente menos hábil, sequer teve o corpo encontrado!
      Um ex-canoeiro, construtor, relatou: “em 1929, peguei uma empreitada para fazer uma grande canoa, numa tremenda boca de duro, mata densa, hostil... Depois de mais de 200 dias de serviço, terminamos, a emborcamos, cobrimos com folhas de palmeira, e escondemos o material de trabalho debaixo dela. Dias depois, retornei para pegar as ferramentas. Quando fui pra meter a mão, dei de cara com uma cobra surucucu-de-fogo, de todo tamanho! Com o susto, saltei pra trás, peguei a chumbeira, e sentei fogo sem dó! Mesmo baleada, ela ainda tentou me pegar! Corri, peguei um pau, e jurei: sua infeliz malfazeja, de hoje em diante você não ofenderá nem o batizado, nem o bicho pagão. E tome pau na testa, tome pau... A monstra mediu 11 palmos e quatro dedos. Era a figura do cão... Cavei um buraco no chão, joguei esse “diabo” dentro, e tome terra na cara... Se um trem desse pegar um de nós, não tem doutor que dê jeito. Só Deus! Nesse dia, foi quem tomou conta de mim!”


*Jornalista. Registro Profissional MG 10 055 JP. Repórter Fotográfico

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sirkis: debandada do PV não é racha, é transbordamento

Por DAIENE CARDOSO, estadao.com.br, Atualizado: 7/7/2011 20:06
 
O deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), que se licenciou de suas funções partidárias para acompanhar o grupo da ex-senadora Marina Silva, negou que a debandada da sigla simbolize uma cisão. 'Não é um racha, é um transbordamento', disse.
Em seu discurso de apoio ao movimento suprapartidário criado por Marina, o deputado afirmou que o PV não suportou 'a grandiosidade' da votação que a ex-candidata à Presidência da República recebeu em 2010. 'O partido não foi capaz de se construir em cima de seu próprio sucesso', acrescentou.
O deputado, que não deixará a legenda para não comprometer seu mandato, lembrou que Marina teve 20 milhões de votos, mas que o partido não soube lidar com isso e se recusou a implementar as mudanças internas com as quais se comprometeu. Para Sirkis, o 'PV de 2011 não podia ser mais o PV de 2009'. 'Nos leva à conclusão de que o PV não é capaz de dar perspectiva a esses 20 milhões de votos', afirmou.
Em seu discurso, o deputado disse que o PV se prendeu às 'mesquinharias' da política e o comparou a uma repartição pública. '(O PV) é um cartório falido, com um presidente com aspirações vitalícias, que nem no Oriente Médio tem sobrevivido', ironizou, se referindo a José Luiz de França Penna.
O ex-presidente do diretório estadual de SP do PV, Maurício Brusadin, afirmou que o grupo de Marina 'tentou de tudo' para democratizar a sigla, mas enfrentou resistências da ala contrária às mudanças. 'Achávamos que o PV era um partido diferente. Infelizmente, depois das eleições, o PV que saiu como partido preferiu voltar a ser legenda', criticou.
No anúncio de desfiliação do PV, Marina reuniu mais de 400 pessoas, a maioria delas simpatizantes da ex-senadora. O evento, que ocorreu num local onde Marina costumava fazer suas reuniões de campanha em São Paulo, foi transmitido ao vivo pela internet.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Ex-senadora Marina Silva anuncia saída do PV

Por DAIENE CARDOSO E GUSTAVO URIBE, estadao.com.br, Atualizado: 7/7/2011 17:23

 

A ex-senadora Marina Silva anunciou nesta tarde, em evento na capital paulista, a sua saída do PV. Em discurso, ela ressaltou que a sua decisão é uma maneira de 'manter a coerência' e de que não se trata de uma 'saída pragmática'. 'Não se trata de uma saída pragmática, com olhos pregados em calendários eleitorais. Ao contrário, é a negação do pragmatismo a qualquer preço', afirmou. 'As eleições são parte, não são o fim, não são tudo.'
Marina disse que vai seguir com a sua luta por uma 'nova maneira de fazer política' e salientou que não irá ficar na 'cadeira cativa' de candidata a presidente em 2014. 'Não vou ficar na cadeira cativa de candidata em 2014, mas podem ter certeza de que eu quero que esse processo pela nova maneira de fazer política esteja tão forte e vigoroso que tenha um candidato à altura.' E que, se houver um candidato com este perfil, terá o apoio dela. 'Eu não sou boa para pedir voto para mim, mas sou boa para pedir voto para os outros', disse, arrancando risos dos presentes.
Segundo Marina, o debate político hoje não pode estar circunspecto à sucessão presidencial. 'Chegou a hora de acreditar, chegou a hora de ser ou fazer', afirmou. 'Eu acredito no voto consciente, no voto informado. É preciso reagir e chamar as pessoas para falar sobre o nosso futuro.'

sábado, 2 de julho de 2011

Morre, aos 81 anos, o ex-presidente Itamar Franco


O ex-presidente e senador Itamar Franco (PPS), de 81 anos, morreu na manhã deste sábado, 2. Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde o dia 21 de maio para tratar de leucemia e, segundo o hospital, sofreu um acidente vascular cerebral. Desde então, ele permanecia licenciado de suas atividades no Senado. Nos últimos dias, o ex-presidente apresentou um quadro de pneumonia grave e precisou ser transferido para a UTI do hospital.
De acordo com a assessoria do ex-presidente, Itamar estava acompanhado no hospital pelas filhas Georgiana e Fabiana, além de assessores próximos. A assessoria informou também que, em princípio, o corpo do ex-presidente será velado em Juiz de Fora (MG) e depois cremado em Belo Horizonte (MG).
Baiano no registro civil, Itamar se tornou um dos mais destacados e comentados políticos mineiros das últimas décadas. Para o País, surgiu na eleição presidencial de 1989, como candidato a vice de Fernando Collor de Mello. Terminou por assumir a Presidência da República após o impeachment do ex-governador alagoano, com quem vivia às turras.
Mesmo entre os mais críticos, Itamar costumava ser reconhecido pela retidão ética. Igual reconhecimento ele sempre cobrou em relação ao legado da estabilidade do País. Econômica, com o lançamento do Plano Real durante seu governo, e política, com a transição bem sucedida após o desastroso desfecho da gestão Collor.
Com seu indefectível topete, o ex-presidente também chamou muita atenção pelo estilo intempestivo, muitas vezes enigmático. Protagonizou situações embaraçosas e embates memoráveis. Se dizia nacionalista e abusava era das referências às 'montanhas de Minas'.
Como político, o engenheiro Itamar gostava dos cálculos bem pessoais. Orgulhava-se de ter sido fundador do MDB, posterior PMDB, mas não fazia cerimônia: deixava o partido toda vez que seus interesses eram contrariados.
O ex-presidente também melindrava facilmente e não raro surpreendia aliados com rompantes de fúria. Atribui-se a Tancredo Neves a frase de que Itamar guardava o 'ódio na geladeira'.
Em um ponto, porém, detratores e apoiadores concordam: na política, o acaso costumava conspirar a seu favor.
Trajetória. Itamar nasceu em 28 junho de 1930 a bordo de um navio de cabotagem, no mar entre o Rio de Janeiro e Salvador. A mãe, dona Itália Cautier, havia ficado viúva de Augusto César Stiebler Franco pouco antes do nascimento do filho e o registrou na capital baiana, onde morava um tio.
Mas Itamar cresceu e tomou gosto pela política em Juiz de Fora (MG), origem de sua família. Estudou no Granbery, o mais tradicional colégio da cidade da Zona da Mata mineira. Na rigorosa instituição, vinculada à Igreja Metodista, se tornou destaque do time de basquete.
Concluiu o curso Engenharia Civil em 1955 e naquele mesmo ano estreou na política se filiando ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em vão, tentou se eleger vereador em 1958 e vice-prefeito em 1962. Alcançou o primeiro cargo público - a prefeitura da cidade - cinco anos depois, já filiado ao antigo MDB após o golpe militar de 1964 e o estabelecimento do bipartidarismo. Ficou no Executivo municipal até 1971. No ano seguinte, conquistou um novo mandado na prefeitura, mas em 1974 renunciou e foi eleito senador por Minas Gerais.
Já no PMDB, após o restabelecimento do pluripartidarismo, Itamar foi reeleito para mais um mandato de senador em 1982, na chapa que levou Tancredo Neves ao governo de Minas. Em 1986, deixou o PMDB e filiou-se ao PL para disputar o governo de Minas. Acabou derrotado justamente pelo peemedebista Newton Cardoso, que havia lhe fechado as portas no antigo partido.
Itamar voltou ao Senado, participou dos trabalhos da Assembleia Constituinte, mas antes de encerrar o mandato aceitou o convite do então jovem governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, para compor como vice a chapa vitoriosa na campanha presidencial de 1989. O senador por Minas deixou então o PL para ingressar no obscuro Partido da Reconstrução Nacional (PRN).
As rusgas com Collor começaram ainda na campanha. Tanto que o presidenciável teria solicitado uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para saber se poderia trocar seu candidato a vice.
Texto atualizado às 12h32
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estadao.com.br, Atualizado: 2/7/2011 11:15

Itamar deixa trajetória de honradez, diz Dilma

Por Lilian Venturini, estadao.com.br, Atualizado: 2/7/2011 13:52

 

A presidente Dilma Rousseff referiu-se à trajetória do ex-presidente e senador Itamar Franco como exemplo de 'honradez'. Em nota divulgada neste sábado, 2, a presidente lamentou a morte de Itamar. Diz a nota:
'Foi com tristeza que recebi a notícia do falecimento do senador e ex-presidente Itamar Franco. Dirigente do País em um momento crucial da nossa história recente, o presidente Itamar nos deixa uma trajetória exemplar de honradez pública. O Brasil e Minas sentirão a sua falta. Neste momento de dor, quero transmitir meus sentimentos a seus familiares e amigos.'
Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Itamar foi um 'grande democrata' e teve sabedoria na condução da política econômica durante seu governo, entre 1992 e 1994. Parlamentares e amigos do ex-presidente também destacaram a sua atuação política.

Pensamento da Semana 03/07/2011

• Tolerância que nunca replica, não é tolerância:   
é "imbecilidade."